RISCOS DA CIRURGIA

Dr Gilson Stevão

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Pergunta: “Eu estava discutindo os riscos da minha cirurgia com o cirurgião e ele disse que existe risco de morte. E agora? Devo ficar muito preocupado?”
Resposta: “Todas as cirurgias têm risco de morte”.

Nenhuma cirurgia deve ser motivo de despreocupação. Algumas cirurgias têm maior risco que outras. Por exemplo: uma cirurgia abdominal, aonde parte do estômago ou do intestino deva ser removido, tem risco muito maior que uma cirurgia para remoção de uma tumoração na pele. Nenhuma cirurgia deve ser motivo de despreocupação. Pode-se inclusive inferir risco de morte na forma de porcentagem. Ex.: “existe cinco por cento de risco de morte durante este procedimento”.

Quando você passar pela consulta com o anestesista ou com o cardiologista, eles podem classificar seu “Risco Cirúrgico” como “ASA-1” (de 1 a 6).

A classificação do risco cirúrgico pela ASA representa uma “tentativa de padronização para se classificar e graduar pacientes em relação ao seu estado físico”. Esta graduação foi introduzida no meio médico na década de 40, nos Estados Unidos, pela Sociedade Americana de Anestesistas (American Society of Anesthesiologists www.asahq.org).

Sistema de classificação do estado físico – ASA

O ASA é um sistema para abordar o estado físico dos pacientes antes da cirurgia. Em 1963 a Sociedade Americana de Anestesiologistas adotou o sistema de “cinco categorias” na classificação do estado físico, uma sexta categoria foi adicionada mais tarde. Estas categorias são:

ASA 1 – Paciente saudável
ASA 2 – Paciente com mínima doença sistêmica
ASA 3 – Paciente com severa doença sistêmica
ASA 4 – Paciente com severa doença sistêmica que é ameaça constante a vida
ASA 5 – Paciente moribundo que não se espera que sobreviva com ou sem a cirurgia
ASA 6 – Paciente em morte cerebral cujos órgãos podem ser disponibilizados para doação (se doador de órgãos)

Alguns problemas desta classificação

A definição hoje de “emergência” pela ASA é “quando a demora no tratamento aumentará significativamente a ameaça à vida ou à parte do corpo do paciente”. Contudo, nesta classificação, dor severa devido a um osso quebrado ou a um cálculo renal não seria considerado emergência, o que é um erro desta classificação. Uma situação que não está bem clara seria como classificar, segundo a ASA, um paciente que sofresse de duas, três ou mais doenças sistêmicas que podem ter graus de importância diferentes.

Autores diferentes dão versões diferentes a definição da ASA. Isto ocorre por esta classificação ser vaga e longe de ser perfeita. Muitas vezes diferentes anestesistas podem dar notas diferentes ao mesmo paciente. Além disso, a expressão “doença sistêmica”, nesta classificação, pode gerar muita confusão.

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