O QUE É NEOPLASIA E COMO SE FORMA?

Dr Gilson Stevão

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NEOPLASIA (OU TUMOR)

A palavra de origem grega significa neo=novo, plassein=formar. A definição mais simplista é que uma neoplasia é o resultado do crescimento celular anormal e descontrolado das células. Mais detalhadamente, neoplasia pode ser definida como termo que designa alterações celulares que acarretam uma proliferação exagerada de células, ou seja, proliferação celular anormal, incoordenada e autônoma (ainda que se nutra à custa do organismo, numa relação tipicamente parasitária), irreversível (persistente mesmo após a cessação dos estímulos que determinaram as alterações), e com tendência à perda de diferenciação celular.

Dependendo do comprometimento orgânico e geral produzidos pela neoplasia, uma neoplasia pode ser classificada em:

Neoplasia benigna ou tumor benigno

É um tumor que não tem capacidade de invadir tecidos ou de gerar metástases (não tem capacidade de semear tumores secundários em locais distantes no corpo). O termo benigno implica em doença leve ou não progressiva e, de fato, muitos tumores benignos são inofensivos. Contudo, algumas neoplasias benignas podem causar efeitos deletérios à saúde. Exemplos disso são os tumores benignos que produzem “efeito massa” quando comprimem órgãos vitais ou vasos sanguíneos (e. tumores benignos que crescem no cérebro como adenomas de hipófise ou tumores de meninge). Outro exemplo são os tumores benignos de tecido endócrino, que podem levar a produção exagerada de hormônios (ex. adenomas de tireoide, adenomas da adrenal). Existem ainda os tumores benignos com potencial de tornarem-se malignos como os teratomas (tumores de ovário e testículos).

Neoplasia maligna ou câncer

A mais antiga citação a respeito de câncer data de 3000 aC, nos papiros de Smith Adwin e, descreve o Câncer de Mama. Hippocrates (460 aC – 370 dC) descreveu vários tipos de câncer, referindo-se a eles com a palavra grega karcinos (caranguejo ou lagosta). O nome vem da aparência da superfície de corte de um tumor maligno sólido, com “veias esticadas de todos os lados tal como o caranguejo tem suas patas, daí deriva-se seu nome”. Foi o grego Celsus (25 aC – 50 dC) quem traduziu a palavra karcinos para o latim câncer, também significando caranguejo. Os cânceres diferem-se das neoplasias benignas por serem agressivos, representando uma ameaça potencial à vida (relação semelhante aos parasitas com o organismo hospedeiro). Aglomerados de células cancerígenas (malignas) formam um câncer e possuem habilidades de invadir e destruir tecidos vizinhos. Podem viajar a locais distantes do corpo e semear tumores secundários (chamados de metástases). Células malignas proliferam e crescem de maneira caótica, com uma divisão celular defeituosa mantida a cada nova geração de células. Variações também ocorrem no tamanho e na estrutura da célula maligna em relação à célula original.

Potencialmente Maligno, De Malignidade Duvidosa ou Tumor Borderline – “são neoplasias cuja classificação em benigno ou maligno é muito difícil, tanto por se tratar de neoplasias com características benignas e malignas simultaneamente, quanto por poderem se tratar de neoplasias benignas em franco processo de malignização”.

Assim, todo o câncer é maligno. Não existe câncer benigno. Os cânceres podem ser subdivididos conforme o grau de diferenciação celular (ex. G1, G2, G3 ou Indiferenciado). Apesar de serem cânceres malignos, podem ter graus diferentes de malignidade. Isto é, um câncer pode ser mais invasivo, mais agressivo, que outros.

Existe ainda um tipo especial de câncer, o “Câncer in Situ ou Carcinoma in Situ”. É quando um câncer ainda não invadiu tecidos vizinhos e ainda não desenvolveu metástases. Pode-se dizer ser um câncer em fase inicial, mas se não for tratado, a tendência será de evolução para um câncer invasivo. Alguns cânceres malignos que se apresentam invasivos e já evoluíram com metástases, um dia, no passado, foram um “câncer in situ”.

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