DEZ COISAS PARA FALAR AO SEU CIRURGIÃO

Dr Gilson Stevão

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Quanto mais informações pertinentes melhor

Quando planejar ser operado, é muito importante que você obtenha o máximo de informações da cirurgia proposta com seu cirurgião. Como também é essencial que você informe de tudo ao médico, tornando sua cirurgia mais segura possível. Relacionamos dez coisas que você obrigatoriamente deve discutir com seu cirurgião, antes da cirurgia, afim de que obtenha um resultado final mais seguro e saudável.

1 – Medicações

Informe todas as medicações que você estiver tomando, sejam medicações prescritas ou “automedicação”, suplementos ou vitaminas. Suplementos são sempre esquecidos de serem mencionados ao médico, mas é importante lembrar-se deles já que podem interferir e aumentar sangramento.

2 – Tabagismo

Os pacientes devem informar se fumam ou se fumaram no passado. Entre tantos malefícios que o tabaco causa, pacientes tabagistas podem necessitar mais tempo para serem extubados (retirados de respiração por aparelhos) ou podem necessitar de suplementos de oxigênio até que consigam respirar espontaneamente. O tabagismo pode dificultar a cicatrização e levar a formação de pior cicatriz (quelóide).

3 – Consumo de Álcool

É essencial que os pacientes sejam justos e informem corretamente a quantidade de bebida alcoólica que consomem. Pacientes dependentes de álcool podem ter problemas desde tremores até convulsões quando iniciam o processo de parar de beber (desintoxicação). Se o cirurgião estiver ciente de que o paciente é dependente de álcool, poderá prescrever medicações que aliviam os sintomas ou previnem algumas das mais sérias complicações relacionadas. Estes pacientes podem ter dificuldades com controle da dor, por serem menos sensíveis a medicações para dor, necessitando doses maiores. Se o cirurgião não estiver ciente disso, as doses prescritas habitualmente para o controle da dor poderão ser inadequadas.

4 – Cirurgias prévias

Cirurgias deixam cicatrizes internas e externas, podendo alterar cirurgias futuras. O cirurgião deve estar ciente de qualquer cirurgia prévia, especialmente as que ocorreram na mesma região do corpo que será operada agora (e.g. abdome).

5 – Saúde atual e doenças crônicas

Qualquer doença prévia (em tratamento ou não) deve ser informada, pois a tolerância do paciente à anestesia pode se alterar. A cicatrização também pode ser prejudicada (e.g. mais prolongada, maior chance de infecções, etc). Informe também se utiliza próteses dentárias ou se algum dente está “doente” ou parece “mole”. Durante a anestesia este dente poderá ser danificado e o mais aconselhável é consultar um dentista antes de sua cirurgia. Exemplos mais comuns de doenças crônicas: problemas cardíacos, hipertensão arterial, diabete mellitus, problemas pulmonares, câncer, etc.

6 – Uso de drogas e entorpecentes

Drogas ilícitas ou mesmo medicações sob prescrição médica podem alterar os efeitos da anestesia. Além disso, fumar drogas, até mesmo cigarros, pode alterar o retorno a respiração espontânea após uso de respirador. Drogas ilícitas podem alterar o efeito de medicações prescritas para dor, exigindo doses diferentes e podem ter interações com as drogas anestésicas, causando sérias complicações.

7 – Alergias

Todos os tipos de alergias, incluindo alergias a alimentos, a medicações e aquelas que causam irritação na pele, devem ser informadas no consultório e também a cada visita hospitalar (internação ou atendimento de emergência). Um bom exemplo é a alergia ao ovo, que pode parecer não ter muita importância quando houver necessidade de uma cirurgia, contudo muitas medicações são elaboradas com base em ovo, o que pode deflagrar reação alérgica no paciente.

8 – Histórico de complicações cirúrgicas

Inclui sangramento pós-operatório, acordar durante a cirurgia, dores de cabeça pós-raquianestesia ou qualquer anormalidade que possa ter ocorrido. Um paciente que apresentou problema(s) em cirurgia(s) no passado não necessariamente terá o(s) mesmo(s) problema(s) em cirurgia(s) no futuro. Problemas podem ocorrer novamente, mas podem ser prevenidos se o cirurgião e o anestesista souberem de seu passado cirúrgico.

9 – Febre ou doença atual?

Se o paciente começar a sentir-se doente, ou apresentar febre (temperatura >= 37,5), na semana que precede a cirurgia, o cirurgião deve ser informado. Febre é sinal de possível infecção e sua causa deve ser investigada. Um paciente que se apresenta no hospital para uma cirurgia agendada, apresentando febre mesmo sem saber que está com febre, poderá ser mandado para casa e ter sua cirurgia adiada.

10 – Crenças e religião

Algumas religiões proíbem o uso de transfusões sanguíneas e alguns procedimentos cirúrgicos. Se este for o seu caso, o cirurgião deve ser informado previamente. Existem alternativas para que você seja bem preparado previamente, desde que informe o cirurgião com antecedência.

 

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